sábado, 20 de fevereiro de 2010

O doador

O gesto de doar é um dos mais lindos aos olhos de Deus.
O doador é alguém que esquece de si mesmo para pensar no outro.
Certa vez, um senhor que estava voltando do laboratório onde costumava doar sangue, foi chamado ao telefone, no seu escritório.
Era a esposa a lhe informar do acidente ocorrido com o filho, que já estava fora de perigo graças à transfusão de sangue, certamente de um doador anônimo.
Naquele momento, o homem se comoveu ao pensar nas outras vidas que o seu sangue já poderia estar salvando.
Esse caso é muito interessante, porque nos demonstra que o bem que promovemos sempre retorna para nós mesmos.
Mas, juntamente com as transfusões sanguíneas, os transplantes de órgãos constituem um dos avanços mais significativos da medicina.
Devido ao progresso tecnológico, hoje em dia, já é possível o transplante de córnea, ossos, pele, cartilagens, vasos e até mesmo de rins, fígado e coração.
Algumas pessoas se mostram preocupadas com a situação do doador após a morte.
Temos aprendido que o Espírito sobrevive à morte e mantém sua aparência, sua psicologia, sua individualidade.

Isto faculta alguns questionamentos:
O Espírito sentirá dores na retirada de órgãos para a doação?
O seu corpo espiritual, o perispírito, ficará mutilado?
Normalmente o ato cirúrgico não implica em dor para o Espírito desencarnado.
A agonia da morte impõe uma espécie de anestesia geral ao doente, com reflexos no Espírito, que tende a dormir nos momentos cruciais da grande transição.
Além disso, o perispírito não sofre mutilação alguma com a doação de órgãos.
Quem deseje doar córneas, por exemplo, não receie ficar cego no mundo espiritual, pois isso não acontece.
O único cuidado que se deve tomar na questão do transplante, é o de não acelerar a morte clínica dos acidentados no ensejo de salvar outras vidas.
Os Espíritos nos ensinam que cada segundo de vida no corpo físico é um instante precioso para o Espírito encarnado.
Pense um pouco nas vidas que você poderia ajudar a salvar, ao doar sangue regularmente, ou ao permitir que, após a sua morte, partes do seu corpo venham a ser úteis para outras pessoas.

* * *
Já nos dizia Francisco de Assis, em sua oração:
Senhor, ajuda-me a perdoar mais do que ser perdoado;
Compreender que ser compreendido;Amar que ser amado.
Porque é dando que se recebe;
É perdoando que se é perdoado;
É amando que se é amado;
E é morrendo que se nasce para a vida eterna.
Pense nisso, mas pense agora.
Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Como ser agradável

Um jardineiro tratava com cuidado da propriedade de influente juiz de Direito.
Pouco se falavam, e sua relação beirava a frieza.
O juiz raras vezes se dirigia àquele empregado para transmitir alguma orientação mas, naquele dia, foi ao seu encontro para dar sugestões sobre onde plantar uma e outra árvore.

As orientações foram passadas de forma direta, séria, sem rodeios e gentileza.
Num determinado momento, mudando o rumo da conversa, o jardineiro disse:
Sr. Juiz, o senhor tem uma excelente distração!
Estive admirando seus lindos cães. Penso que o senhor já conseguiu vários primeiros lugares em exposições!

O efeito dessa pequena dose de apreciação foi grande.
Sim. – respondeu o juiz, esboçando sorriso orgulhoso.

Os meus cães me servem de excelente distração. Gostaria de ver o meu canil?

Passou quase uma hora mostrando-lhe os cães e os prêmios que eles tinham recebido.
Ele mesmo foi buscar os pedigrees e explicou os cruzamentos responsáveis por tanta beleza e inteligência.
Depois de um tempo, o juiz, de cenho já muito modificado, virou-se para o jardineiro e perguntou:

Tem algum filhinho?
A pergunta pegou o jardineiro de surpresa, pois nunca antes lhe havia sido feito um questionamento pessoal.
Sim, tenho. – respondeu, timidamente.
Bem, ele não gostaria de um cachorrinho?

Oh, o seu contentamento não teria limites! – afirmou o homem com sorriso nos olhos.
Pois bem, vou dar-lhe um. – disse o juiz.
Então começou a ensinar como alimentar o cãozinho. Parou um pouco.
Você esquecerá de tudo quanto eu lhe disser. É melhor que eu escreva.

O juiz entrou, escreveu à máquina o pedigree e as instruções sobre alimentação e as entregou ao jardineiro, junto com o cachorrinho valioso.
Gastou mais de uma hora de seu tempo explicando, ensinando, pois havia sido conquistado pelo comportamento agradável daquele homem simples.
Analisando melhor toda cena, veremos que o jardineiro nada mais fez do que um rápido elogio, proferindo algumas palavras agradáveis ao outro.

O juiz, sentindo-se valorizado, teve prazer em estender a conversa e ainda deixou brotar em si um sentimento de fraternidade, pensando no outro, em seu filho, terminando por lhe oferecer um presente.
* * *
Gentileza gera gentileza.

Ser agradável contagia e derruba qualquer cenho carregado, qualquer mau humor momentâneo.

Numa sociedade onde tantas palavras desagradáveis correm soltas aqui e ali, onde tantas reclamações e xingamentos incendeiam os ânimos e machucam as almas, faz-se importante aprender a ser agradável.

Ser agradável sempre, independente da situação que estejamos vivendo, independente de como estamos sendo tratados e recebidos.

Agindo assim filtramos o ambiente pesado do mundo, e espalhamos o perfume da fraternidade.

Tal comportamento traz sempre frutos bons e surpreendentes pois representa, em sua essência, o amor.
Redação do Momento Espírita inspirado no cap. 6, do livro
Como fazer amigos e influenciar pessoas, de Dale Carnegie,
ed. Companhia Editora Nacional.
Em 17.11.2009.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um velho índio descreveu certa vez em seus conflitos internos: "Dentro de mim existem dois cachorros, um deles é cruel e mau, o outro é muito bom e dócil. Os dois estão sempre brigando..." Quando então lhe perguntaram qual dos cachorros ganharia a briga, o sábio índio parou, refletir e respondeu: "Aquele que eu alimentar".