domingo, 6 de novembro de 2011

Siga em Frente

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.


Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue

para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima

de ti mesmo. Crê e trabalha.

Esforça-te no bem e espera com paciência.

Tudo passa e tudo se renova na terra,

mas o que vem do céu permanecerá.

De todos os infelizes os mais desditosos

são os que perderam a confiança em Deus e

em si mesmo, porque o maior infortúnio é

sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha.

Luta e serve. Aprende e adianta-te.

Brilha a alvorada além da noite.

Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe

o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te

com a aflição ou ameaçando-te com a morte...

Não te esqueças, porém, de que amanhã será

outro dia.

Passageiro

Tudo começa ao nascer, você se lembra de algo que tenha vivido quando bebê? - Mas é claro que não! Você consegue se lembrar de como era o timbre do seu choro? E qual era a musica que sua mãe cantava para te acalmar? o gosto do colostro, você se lembra? É claro que não! Mas desde quanto precisamos nos lembrar exatamente do que passou para saber que passamos? Eu não me lembro do timbre do meu choro, mais sei que era alto o bastante para aque a minha mãe me escutasse e viesse rápido me acolher. Não me lembro qual era a canção que me ninava mais sei que de fato me acalmava. Não me lembro do gosto do meu alimento, mais sei que foi ele quem me deu força para viver.

Tudo é passageiro, a infancia, a juventude, a vida... Tudo! Coisas acontecem, alguns sonhos são realizados, outros esquecidos... Assim como amigos. São pessoas entrando e saindo na nossa vida o tempo todo, e pior sem permissão, sem dizer nada, algumas ainda se sentem no direito de sair e deixar a porta aberta, algumas são rudes, ao sair quase quebram a porta do nosso coração, outras... Saem de mansinho, pensando que não vão fazer falta, e quase nos levam com elas. Algumas pedem pra sair, e saem com o nosso consentimento. A vida é assim, passageira.

Isso acontece também com o amor, conhecemos um alguém especial, que faz nossos pés sairem do chão, tira o nosso folego e é capaz de fazer das nossas noites as mais completas, isso é amor! Mas como tudo é passageiro... Os nossos pés ficam cansados, ficamos ofegantes, nossas noites tornam-se torturosas e sem fim. Isso é desamor. Mas não se esqueça de tudo passa!

NADA é perfeito, nada é para sempre. Não existem sonhos impossiveis! Se foi possivel sonhar é possivel realizar!

O verdadeiro amor é mesmo para sempre, mas se renova a cada dia.

A vida é como um jogo, existem fases difíceis pelas quais precisamos passar, existem forças que tentam te derrubar, mas precisamos mostrar que somos mais fortes. Se você perder, comece de novo! Só não morra. No jogo você pode reiniciar, na vida... Não dá pra voltar.

Tudo passa. Aqui, você e eu, e todos somos apenas passageiros.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O perdão de Deus

Ele era um homem terno, com profundo respeito por todas as formas de vida.

Tinha a capacidade de recolher aranhas e besouros e soltá-los do lado de fora da casa.
Como profissionalmente viajava muito, se tornara um motorista extremamente cauteloso.
Mesmo nas férias da família, dirigia abaixo do limite de velocidade permitido.
Um dia, um garoto de bicicleta entrou de repente na frente do carro dele. Num segundo, a vida do jovem chegou ao fim.
Consciente de que não fora o causador do acidente, passou a ser atormentado por olhares acusadores. O rapaz era filho único e os seus pais não escondiam o pesar e a dor pela perda.
O homem alto, moreno, de dentes perfeitos, se tornou retraído. Luto e dor se misturavam em seus gestos.
Ele não tivera culpa, mas não conseguia se perdoar. E Deus, o perdoaria?
Ele tirara a vida do único filho do casal. Ele mesmo tinha duas filhas. Será que Deus não reclamaria a vida de uma delas como compensação?
Ele sempre acreditara num Deus amoroso e paternal, mas agora verdadeiro pavor o dominava.
Redobrou cuidados com as meninas e vivia em sobressaltos.
Em um certo final de semana, ele viu uma das filhas vir correndo em direção à casa. Ela gritava. A voz era de pânico.
Pela mente do pai, como um raio, veio a ideia. Sua filha menor havia se afogado no rio próximo, onde as duas pescavam. Ele tinha certeza que ela se afogara.
Abriu a porta e saiu a correr em direção à água.
A pequena não estava dentro d’água, mas chorava. O anzol tinha penetrado de leve na pele abaixo da sobrancelha direita.
Com as mãos trêmulas, a voz quase soluçante, ele tranquilizou a filha. Com cuidado, tirou o anzol do pequeno ferimento. O olho não fora atingido.
Com o anzol na mão ele riu. Riu alto. De alívio. A máscara da dor que carregava há meses rompeu-se, afinal.
Tomou as duas filhas pela mão e voltou para casa.
Nesse dia começou a recuperação daquele homem. Ele, literalmente, recebera o recado de Deus.
Deus jamais lhe exigiria o sacrifício de um dos seus afetos pelo acidente que provocara de forma involuntária.
Conseguiu perdoar a si mesmo. Voltou aos caminhos da oração e da tranquilidade.
Alguns meses depois, em pleno coração da natureza, sua voz poderosa cantava uma canção de puro amor a Deus.

* * *

Deus é amor, ensinou o Evangelista João.
Deus é Pai, ensinou Jesus, o Mestre.
DEle não podemos esperar nada além do que signifique bondade e justiça.
Por conhecer a nossa intimidade espiritual, Ele perdoa sempre e nos renova as oportunidades de refazer o caminho.
E a maior expressão do perdão de Deus se chama reencarnação.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Além do nosso controle, da revista Seleções Reader’s Digest, de novembro de 1999.

 

sábado, 2 de julho de 2011

A imensa alegria de servir

Toda natureza é um desejo de serviço.
Serve a nuvem, serve o vento, serve o sulco.
Onde houver uma árvore para plantar,planta-a tu.
Onde houver um erro para corrigir,corrige-o tu.
Onde houver uma tarefa que todos recusem,aceita-a tu.

Sê quem tira:
a pedra do caminho,
o ódio dos corações
e as dificuldades dos problemas.

Há a alegria de ser sincero e de ser justo.
Há, porém, mais do que isso,
a imensa alegria de servir.

Como seria triste o mundo
se tudo já estivesse feito,
se não houvesse uma roseira para plantar,
uma iniciativa para lutar!

Não te seduzam as obras fáceis.
É belo fazer tudo que os outros se recusam a executar.
Não cometas, porém, o erro
de pensar que só tem merecimento executar as grandes obras.

Há pequenos préstimos que são bons serviços:
enfeitar uma mesa.
Arrumar uns livros.
Pentear uma criança.

Aquele é quem critica,
este é quem destrói;
sê tu quem serve.

Servir não é próprio dos seres inferiores:
Deus, que nos dá fruto e luz,serve.
Poderia chamar-se: O Servidor.
E tem os Seus olhos fixos nas nossas mãos
e pergunta-nos todos os dias:
Serviste hoje?
 
Gabriela Mistral, poetisa chilena, em seu belíssimo poema nos emociona com uma proposta de vida maravilhosa.
O Poeta dos poetas, certa vez também afirmou que quem desejasse ser o primeiro, fosse o servo de todos.
Servir é a receita infalível da felicidade presente e futura.
Presente, pois quem serve, quem se doa, quem ajuda, já recebe no coração a paz que tal ato propicia. Uma paz sem igual: a paz da consciência tranquila.
Futura, pois quem serve semeia concórdia, fraternidade – merecendo colher o mesmo nos passos seguintes da existência imortal do Espírito.
Todo dia nos apresenta diversas oportunidades de servir. Que possamos estar atentos a elas, e não desperdiçar nenhuma chance, nenhuma dessas experiências enriquecedoras.
Parafraseando a poetisa, perguntamos: Você já serviu hoje?

Jesus e os dias de hoje

Aqueles dias, nos quais esteve Jesus cantando as glórias de Deus, pelas terras da Palestina, eram dias de grandes dificuldades morais.

As aflições, dramas pessoais, dificuldades de relacionamento, de entendimento entre povos e culturas faziam-se constantes.

A incompreensão, o preconceito, a preocupação com a aparência externa e com o aspecto social era a tônica, nos relacionamentos, principalmente nas classes mais abastadas.

Não muito diferente dos dias de hoje. Em termos morais e valores íntimos, ainda somos muito parecidos com aqueles que encontraram Jesus, durante Seu périplo de amor.

Os dramas vivenciados há mais de dois mil anos, na intimidade daquele povo, se assemelham muito aos desafios emocionais que hoje enfrentamos.

Por isso, os conselhos de Jesus são ainda tão atuais.

Ele falava para um povo que vivia em um mundo sem recursos tecnológicos, utilizava de analogias e comparações que pudessem ser compreendidas, pelas gentes simples.

Não obstante, Seus conceitos e orientações são ainda atuais.

Jesus não Se preocupava com as coisas do mundo. Ensinava as coisas da alma.

Sem preocupar-Se com os valores temporais, era, por excelência, o Sábio dos valores da alma, que os conhecia em profundidade.

Assim, Seus conceitos atravessaram os séculos chegando até nós com atualidade arrebatadora.

Nestes dias onde o estresse emocional e a ansiedade são doenças crônicas, Jesus nos aconselha a deixar a cada dia suas próprias preocupações e necessidades, sem nos afligirmos com o futuro desconhecido.

Ensina-nos a ter confiança e fé em Deus. Serve-Se do exemplo das aves dos céus, que não semeiam, nem ceifam e dos lírios do campo, que não tecem, nem fiam, mas têm uma beleza incomparável, para falar da Providência Divina.

Alerta-nos a não termos atitude inercial, esperando um salvacionismo ilusório, dizendo-nos que é necessário buscar para achar e bater para que as portas se abram.

Nestes dias onde, muitas vezes, nos colocamos como omissos e descomprometidos com nossa vida em sociedade, Jesus nos fala que somos o sal da Terra. E o sal deve atender à sua finalidade de preservação e de sabor.

Quando se mostra tão frequente o descrédito com o ser humano, Jesus nos alerta que somos a luz do mundo e que devemos fazê-la brilhar em nós, através das boas obras que somos capazes de executar.

Nestes dias onde o ter costuma sobrepujar o ser, onde a cobiça e o comprar são as grandes sensações, é Jesus que nos alerta para não nos preocuparmos com tesouros que a traça e a corrosão consomem.

E mais: que onde estiver nosso tesouro, aí estará nosso coração.

Os conceitos de Jesus talvez jamais tenham sido tão importantes como nos dias desafiadores que registra a Humanidade.

Nestes dias, onde os valores e as instituições são questionadas e abalam-se, perante a sociedade e os homens, Jesus prossegue como Modelo e Guia.

É Ele a referência indispensável para bem atravessarmos os mares encapelados da atualidade, para que Sua luz seja o farol que nos haverá de conduzir ao porto seguro que nos aguarda, após a tempestade.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ensinando a cooperar


Na nobre tarefa de educar os filhos, é muito comum vermos os pais pouparem as crianças e jovens de colaboração na manutenção da organização e limpeza do lar.

Não nos passará pela mente, em realidade, que os pequenos ou jovens devam, quando não houver necessidade, ser postos para que realizem trabalhos pesados, que lhes absorvam as horas de estudo e aprimoramento de si mesmos.

Invocamos as possibilidades de aprenderem a arte de auxiliar, de prestar colaboração, o que, a cada dia, se torna mais raro.

São muitas as mães que se transformam em serviçais de seus filhos, não para que cresçam, mas, para que se encharquem nos caldos de terrível egoísmo, sem que aprendam, nos dons do amor, a se fazerem úteis.

Onde o problema de ensinar-se aos pequenos a esticar a cama donde se levantaram?

Onde a dificuldade de fazer-lhes atender a essa ou àquela pequena higiene doméstica?

Onde a impossibilidade de que aprendam a pregar um botão ou costurar uma bainha?

Como ignorar que é importante para os jovens lavar ou passar uma peça do vestuário, para si ou para alguém que precise?

Por que tanto constrangimento em ensinar ao jovem, rapaz ou moça, a passar um café ou preparar um arroz, considerando-se a honra da cooperação fraterna?

Identificamos muitos filhos que se tornaram incapazes pelos caminhos, em razão da displicência ou descaso dos que lhes deviam educação.

Não os deveremos preparar para os tempos de facilidade e abastança, mas para os dias de necessidade e carência, de modo que a incapacidade não os mutile, desnecessariamente.

* * *

Pensemos na educação que estamos oferecendo aos nossos filhos, em como os devemos educar para o mundo.

O lar é a primeira escola. É onde serão aprendidos todos os valores.

Da mesma forma que nos esmeramos para oferecer a melhor educação escolar aos nossos filhos, lembremos de ofertar-lhes a educação cristã, plantando neles a semente da cooperação.

Os membros de uma família devem se sentir incentivados a se ajudarem mutuamente, sempre que necessário.

* * *

Evoquemos o Divino Mestre, na carpintaria do Pai, cooperando.

Coloquemos a luz do Evangelho em seus corações sem deixarmos, contudo, de lhes ocuparmos as mãos, ainda que seja nos pequenos afazeres domésticos ou da oficina, pois ajudar no trabalho do bem, onde quer que ele apareça, é também evangelização.

Redação do Momento Espírita, com base no cap.18, do livro Vereda familiar, pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de J. Raul Teixeira, ed. Fráter.

Deus existe?


A pergunta ainda baila na mente de muitas pessoas. Criaturas que se dizem agnósticas, descrentes de Deus.

Pessoas que têm ideias muito próprias a respeito da Criação, como se a harmonia que a tudo rege não nos dissesse, em altos brados, que uma ideia diretriz comanda o Universo.

Mas, para quem tem olhos de ver, basta um perpassar de vistas pela natureza para concluir pela existência desse Criador incriado, perfeição inigualável.

Como se poderia, de outra forma, admirar os campos de lavanda, perfumados e coloridos?

Quando se admira o arco-íris, já nos indagamos quem o traça de forma tão perfeita, nos céus?

Quem dobra as pétalas dos botões, que se abrem em corolas brilhantes?

Quem coloca música tão diversa no cantar das águas do rio manso, da cachoeira altíssima, das cataratas volumosas?

Como admirar a pétala aveludada de uma rosa, sem se perguntar quem nela colocou tanta maciez?

Quem dispôs que, no mesmo canteiro de jardim, que recebe o mesmo sol, a mesma chuva, sementes minúsculas que, por vezes até se assemelham, confundindo o leigo, se tenha resultado tão diverso?

Aqui as rosas apresentam seu brilho nas pétalas, ali os cravos espalham perfume, logo além as margaridas se exibem, enquanto o vento as vai despetalando e murmurando: bem-me- quer, mal-me-quer, ela me ama, ela não me ama...

Quem estabelece a rota dos astros no infinito? Quem determina que a gravidade nos mantenha presos ao planeta, enquanto ele gira vertiginosamente no espaço, em dois movimentos constantes, de rotação e translação?

Quem explica isso? Leis. Leis universais. Mas quem as estatuiu? Quem estabeleceu a rota do sol, das estrelas, das galáxias que se movem no infinito?

Quem criou a lei que determina se perpetuem nossos traços em nossos descendentes? E que, ao demais, é regida por uma lei de amor em que, quando as etnias se mesclam, as raças se misturam, novos e belos espécimes aparecem?

Quem definiu que duas minúsculas gotículas originassem um novo ser?

A tudo isso, o vento responde, a cascata faz eco e os astros estribilham em coro: Deus! Senhor dos mundos! Senhor do Universo.

Foi Deus que tudo criou, concebeu e não cessa de criar, surpreendendo o homem a cada passo.

O homem que, estudando, observando, se dá conta de que quanto mais descobre, menos sabe e mais há por descobrir.

O infindável mundo de Deus, sem fronteiras, em constante expansão.

Um mundo que se agiganta no espaço e se esconde no microcosmo.

Um mundo a ser estudado para que se louve o seu Criador. Um Deus Pai que a cada dia engendra um espetáculo na aurora e outro no crepúsculo.

Um Deus de amor que compõe sinfonias nas águas que descem dos montes e nos filetes que escorrem quase ocultos por entre pequenos seixos.

Um Deus que dedilha sinfonias na cabeleira do arvoredo e murmura canções na pradaria...

Um Deus! Um Pai! Nosso Pai!

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Feliz Páscoa

Mensagens Para Orkut
 
 

terça-feira, 12 de abril de 2011

Quando eu ganhei os meus pais

Aquela parecia ser mais uma simples tarefa de escola de uma menina de oito anos.
A apostila mostrava contas a serem feitas, probleminhas a serem resolvidos e diversas perguntas sobre assuntos distintos.
Porém, na última folha havia um verdadeiro tesouro, que emocionou professores, psicopedagogos e pais.
Eis o enunciado: Faça um desenho que represente um fato marcante de sua vida.
E lá estava o desenho colorido de uma mulher com um bebê nos braços e, ao seu lado, a figura de um homem, ambos sorrindo.
Acima da cena, escrito com uma letra caprichada – dessas que se demora muito para terminar de escrever – estava:

Quando eu ganhei os meus pais.

Como conter as lágrimas perante tão singela declaração de amor? Quando eu ganhei os meus pais.
Ela se lembrava, com carinho, que havia chegado àquele lar de amor, há pouco mais de oito anos, através da via bendita da adoção.
Era um dos primeiros momentos em que o coraçãozinho aprendiz agradecia a Deus pela oportunidade de ter uma família amorosa na Terra.
Outras crianças lembraram de viagens, de presentes de Natal, de passeios inesquecíveis. Mas ela lembrou de agradecer pelos pais.

* * *

Pensando agora em todos nós, será que lembramos de guardar na alma toda essa gratidão por aqueles que nos receberam com tanto afeto, com tanta coragem?
Você se lembra quando você ganhou seus pais? Pois, sim, são grandes presentes que recebemos ao renascer.
Muitas vezes o coração infantil nos vem relembrar coisas que o velho coração parece ter esquecido.
Todos ganhamos nossos pais. E mais, não foram pais quaisquer, escolhidos pela força da aleatoriedade. Foram os pais que precisávamos, no momento que precisávamos.
Talvez ainda não entendamos isso muito bem, mas com o passar dos anos, após muitas análises, muitas lembranças, vamos percebendo, amadurecidos, que tudo faz sentido.
Às vezes acabamos caindo em si quando é muito tarde, e então somos corroídos pelo remorso devastador.
Por que esperar para agradecer? Por que aguardar aquela ocasião especial para reconhecer e manifestar a gratidão?
Por que ainda nos constrange tanto dizer: Você é importante para mim, ou Amo muito você?! Por que ter vergonha de amar, de agradecer?
Gratidão que não está apenas no ato de se agradecer. O famoso muito obrigado é apenas a ponta do iceberg da gratidão.
Gratidão se manifesta todos os dias, desde que se desperta e se agradece a Deus por esses amores; passando pela convivência respeitosa, amiga, compreensiva; chegando até aos gestos maiores de desprendimento em prol desses a quem devemos a vida.
Agradeçamos enquanto há tempo. Agradeçamos enquanto é hoje.
Gratidão faz bem a todos. Faz bem a quem a carrega no coração. Faz bem a quem a recebe como inesperadas flores perfumadas que caem sobre as mãos e tornam a vida mais feliz.

* * *

Quando eu ganhei os meus pais, ganhei também a certeza de ser amado...
Quando eu ganhei os meus pais, fui inundado de força de vontade, de desejo de acertar e de amar também.
Quando eu ganhei os meus pais, resolvi dar mais uma chance ao amor, e depois mais uma, e depois mais outra...
Quando eu ganhei os meus pais, foi quando me senti, realmente, protegido...
Redação do Momento Espírita.



domingo, 10 de abril de 2011

A arte do amor

Comunicação, a arte de falar um com o outro, dizer o que sentimos e pretendemos, falando com clareza, ouvir o que o outro fala, deixá-lo certo de que estamos ouvindo é, sem sombra de dúvida, a habilidade mais essencial para a criação e a manutenção de um relacionamento amoroso.
A afirmativa é de Leo Buscaglia, professor de uma Universidade da Califórnia.
Ele diz que o mais alto nível da comunicação é o não verbal. O que quer dizer: se você ama, mostre isto em atitudes. Faça coisas amorosas para o outro. Seja atencioso. Coloque os seus sentimentos na prática.
Faça aquela comida favorita. Mande flores. Lembre-se dos aniversários. Crie os seus próprios feriados de amor. Não espere pelo Dia dos Namorados.
E ele relaciona alguns pontos importantes para que uma relação a dois se aprofunde e se agigante, vencendo os dias, os meses e os anos.
Diga sempre ao outro que o ama, através de suas palavras, suas atitudes e seus gestos. Não pense que o seu par já sabe disso. Ele precisa desta afirmação.
Cumprimente sempre o seu amor pelos trabalhos bem-feitos. Não o deprecie. Dê o seu apoio quando ele falhar. Pense que tudo o que ele faz por você, não o faz por obrigação. E estímulo e elogio asseguram que ele vai repetir a dose.
Quando você se sentir solitário, incompreendido, deixe-o saber. Ele se sentirá mais forte por reconhecer que tem forças para confortar você.
Afinal, os sentimentos, quando não externados, podem ser destrutivos. Lembre que, apesar de amá-lo, o outro ainda não pode ler a sua mente. Não se feche em si mesmo.
Expresse sentimentos e pensamentos de alegria. Eles dão vida ao relacionamento. É maravilhoso celebrar dias comuns, datas pessoais, como o primeiro encontro, o primeiro olhar, o dia da reconciliação depois de um breve desentendimento.
Dê presentes de amor sem motivo. Ouça a sua própria voz a falar de sua felicidade.
Diga ao seu amor que ele é uma pessoa especial. Não deprecie os sentimentos dele. O que ele sente ou vê é sua experiência pessoal, portanto, importante e real.
Abrace sempre. A comunicação de amor não verbal revitaliza a relação.
Respeite o silêncio do seu companheiro. Momentos de quietude também fazem parte das necessidades espirituais de cada um.
Finalmente, deixe que os outros saibam que você valoriza a quem ama, pois é bom partilhar as alegrias de um saudável relacionamento com os outros.

* * *
É possível que você esteja pensando que todas essas idéias não são realmente necessárias entre pessoas que se amam. Elas acontecem de forma espontânea.
Mas, nem tanto. Nem sempre. São esses vários aspectos da comunicação que constituem o alicerce de um relacionamento amoroso saudável. Eles também produzem os sons mais maravilhosos do mundo. Os sons do amor. Experimente!
Autor:
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. 2 do livro Amando uns aos outros, de Leo Buscaglia, ed. Nova Era.

domingo, 3 de abril de 2011

Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade

Publicado em 1927, Amar, Verbo Intransitivo, de Mário de Andrade, chama a atenção por inúmeros aspectos. O primeiro é a sua linguagem, provavelmente considerada “errada” na época, pois se afasta do português castiço ao imitar (às vezes de forma eficiente, às vezes não) o padrão coloquial brasileiro. É como se o texto escrito imitasse a maneira de falar do nosso povo. É um livro para se fazer de conta que se está ouvindo e, não, lendo.

Há numerosas características em Amar, Verbo Intransitivo que o enquadram como modernista. Um romance modernista da primeira frase (1922 – 1930), impregnado de um espírito de destruição até ao exagero. O espírito da “Semana de Arte Moderna”: destruir para construir tudo de novo. A mola real de toda a obra do autor é a pesquisa, a busca.

O romance apresenta no próprio título uma contradição gritante, afinal, o verbo "amar" é transitivo direto e não intransitivo. Se isto já não bastasse, ainda recebe uma curiosa classificação: é apresentado na capa como Idílio. A perplexidade é inevitável, uma vez que idílio implica numa forma singela de amor em que não pairam dúvidas quanto à reciprocidade entre dois sujeitos.

Outro aspecto interessante é o constante emprego das digressões, boa parte delas metalingüísticas, outra parte sociológicas, que fazem lembrar o estilo machadiano. Mais uma vez, a obra apresenta elementos formais que a colocam à frente de seu tempo, caracterizando-a, portanto, como moderna.

Dentro do aspecto sociológico, há que se entender uma posição meio ambígua de Mário de Andrade, como se ele mostrasse uma “paixão crítica” por seu povo, principalmente o paulistano. Note-se que critica valores brasileiros, ao mesmo tempo que diz que é a nossa forma de comportamento, deixando subentendido um certo ar de “não tem jeito”, “somos assim mesmo”. Além disso, ao mesmo tempo em que elogia o estrangeiro, principalmente a força dos alemães, desmerece-os ao mostrá-los como extremamente metódicos, ineptos para o calor latino. Sem mencionar que reconhece que o imigrante está sendo como que simpaticamente absorvido por nossa cultura.

Mas o que mais chama a atenção é a utilização da teoria freudiana (grande paixão do autor) como embasamento da trama.

O inusitado da profissão de Fräulein pode parecer inverossímil numa visão separada da totalidade sócio-econômica e histórica (como também seu sonho de retornar à Alemanha, “depois de feito a América, e o casamento, o vago amado distante à espera de proteção, espécie de redenção wagneriana pelo amor.” Professora de amor, profissão que uma “fraqueza” lhe permitiu exercer, no entanto “é uma profissão”, insistiria Fräulein.

Na Europa, o período denominado entre-guerras caracterizou-se por uma profunda crise econômica, social e moral que atingiu os países capitalistas na década de 20. Na Alemanha, particularmente, a situação era pior: havia um clima propício, como nos demais países que perderam a guerra, ao nascimento de um violento nacionalismo. No caso, sabemos, estava aberta a brecha para a ascensão do nazismo. No Brasil, apesar da guerra, o clima era bem outro: havia um relativo otimismo em relação ao futuro. Superávamos o atraso de um país agrário num estado mesmo de euforia pelo dinheiro proveniente da plantação e comércio do café e vislumbrava-se a possibilidade de unir esta riqueza à nova riqueza industrial. Fräulein, diante de realidades tão opostas, se adapta. Aliás, seu poder de adaptação é insistentemente enfatizado pelo narrador:tornaram a vida insuportável na Alemanha. Mesmo antes de 14 a existência arrastava difícil lá, Fräulein se adaptou. Veio pro Brasil, Rio de Janeiro. Depois Curitiba onde não teve o que fazer. Rio de Janeiro. São Paulo. Agora tinha que viver com os Souza Costas. Se adaptou.

A descoberta de Dona Laura sobre o acordo estabelecido entre Fräulein e o Senhor Souza Costa, referente à iniciação amorosa/sexual de Carlos, provocou explicações desconcertantes, exibindo a hipocrisia social vigente na metrópole paulista: Laura, Fräulein tem o meu consentimento. Você sabe: hoje esses mocinhos... é tão perigoso! Podem cair nas mãos de alguma exploradora! A cidade... é uma invasão de aventureiras agora! Como nunca teve!. Como nunca teve, Laura... Depois isso de principiar... é tão perigoso! Você compreende: uma pessoa especial evita muitas coisas. E viciadas! Não é só bebida não! Hoje não tem mulher-da-vida que não seja eterônoma, usam morfina... E os moços imitam! Depois as doenças!… Você vive em sua casa, não sabe… é um horror! Em pouco tempo Carlos estava sifilítico e outras coisas horríveis, um perdido!

Há de se convir que havia um vasto mercado para a professora de amor, que se fez assim, inclusive, por captar as necessidades e capacidade desse mercado. Ora, antes de vir para a emergente São Paulo, ela esteve no Rio de Janeiro e em Curitiba, “onde não teve o que fazer”.

Foco narrativo
A narrativa é feita na terceira pessoa, por um narrador que não faz parte do romance.

Linguagem e Estrutura
A narrativa corre sem divisões de capítulos. Mário de Andrade usa as formas conhecidas de discurso. É mais freqüente o discurso direto, nos diálogos, mas em algumas vezes, usa também o discurso indireto e o discurso indireto livre.
Apesar de certos alongamentos em seus comentários marginais, o autor escreve com rapidez, dinamicamente, em frases e palavras com jeito cinematográfico. Mário de Andrade usa uma linguagem sincopada, cheia de elipses que obrigam o leitor a ligar e completar os pensamentos. Em vez de dizer e de explicar tudo, apenas sugere em frases curtas, mínimas.

Personagens
As personagens do livro são, em geral, fabricadas, artificiais, sem muita vida ou substância humana.
Os personagens de Amar, Verbo Intransitivo são bem parecidos, e socialmente domesticados. Para ver, praticamente, todos os personagens em ação, com certa espontaneidade, o melhor momento é a volta de trem, depois daquela viagem ao Rio de Janeiro. Um dos momentos narrativos mais interessantes em todo o romance. Mas a ação principal está em Fräulein: seu domínio sexual, com imperturbável serenidade bem alemã, contrasta com a espontaneidade sexual, com a impetuosidade bem brasileira do excelente aluno (em sexo), Carlos.

O narrador gosta de ver os seus personagens. É um espectador pirandeliano que acompanha suas criaturas. Que mentira, meu Deus!! Dizerem Fräulein, personagem inventado por mim e por mim construído! Não constrói coisa nenhuma. Um dia Elza me apareceu, era uma quarta-feira, sem que eu a procurasse.... E continua a sua pequena teoria o personagem. São os personagens que escolhem os seus autores e não estes que constroem as suas heroínas. Virgulam-nas apenas, pra que os homens possam ter delas conhecimento suficiente....

Enredo
Souza Costa, homem burguês, bem posto na vida, contrata uma governanta alemã, de 35 anos, para a educação do filho, principalmente para a sua educação sexual.
Não me agradaria ser tomada por aventureira, sou séria, e tenho 35 anos, senhor. Certamente não irei se sua esposa não souber o que vou fazer lá.
Elza é o nome da moça. Mas vai ficar conhecida e será chamada sempre pela palavra alemã Fräulein. Chegou à mansão de Souza Costa, numa terça-feira. (Ganharia algum dinheiro... Voltaria para a Alemanha... Se casaria com um moço “comprido, magro”, muito alvo, quase transparente”...).
A família era formada pelo pai, por D. Laura, o rapazinho Carlos e as meninas: Maria Luísa, com 12 anos; Laurita com 7 e Aldinha com 5. Havia também na casa um criado japonês: Tanaka. A criançada toda começou logo aprendendo alemão e chamando a governanta de Fräulein. Carlos não está muito para o estudo. Fräulein logo se ajeitou na família, uma família “imóvel mas feliz”. Mas o papel principal da governanta é ensinar o “amor”.

Notas
1. O problema central do romance é a educação sexual de um rapaz de família burguesa, em São Paulo. As meninas ficam relegadas a um segundo plano. Carlos é mais importante. Não pode ficar sujeito à ganância e às doenças das mulheres da vida. Como resolver o problema? Contrata-se Fräulein, professora de sexo. É mais uma estrangeira que entra para a casa brasileira, onde o copeiro é italiano fascista, a arrumadeira é belga ou s uíça, o encerador é polaco ou russo. Na casa de Souza Costa o empregado é japonês e a governanta é alemã. Só as cozinheiras que ainda são mulatas ou cafusas.

2. Há uma referência ao racismo alemão: quedê raça mais forte? Nenhuma... O nobre destino do homem é se conservar sadio e procurar esposa prodigiosamente sadia. De raça superior, como ela, Fräulein. Os negros são de raça inferior. Os índios também. Os portugueses também. São as idéias de Fräulein, principalmente depois que leu um trabalho de Reimer, onde se afirmava a inferioridade da raça latina.

3. A família burguesa é patriarcalista: o centro de tudo é o homem, o pai e o filho, Carlos. Todos têm que obedecer ao pater-familias. A começar de D. Laura que se submete, se adapta, aceita as idéias do marido, se conforma com a presença da Fräulein como professora de sexo do filho. E a família vai continuar patriarcalista porque já estão centralizando todas as atenções no filho varão.

4. Nessa família existe também uma religião, certamente velha tradição dos ancestrais. Uma religião de domingo e de tempos de doença. Para que a filha, Maria Luísa, sare, Sousa Costa aceita fazer todos os sacrifícios. Deixará até algumas aventuras fora de casa. Ora deixemos de imoralidades! Sousa Costa nunca teve aventuras, nunca mais terá aventuras, todos os sacrifícios, porém que minha filha sare!... Sousa Costa pensa em Deus.

5. Carlos é bem o retrato ou exemplo da nossa sexualidade latina ou brasileira. Com todas as suas minúcias e permissões. Fräulein não compreende bem o amor latino. Para manter a sexualidade de Carlos e a pureza de sua saúde é que Fräulein foi contratada. Carlos precisava de mulher dentro de casa.

6. Tudo passa e muda. A família burguesa, bem composta, bem construída, mantém sua estabilidade. Um família imóvel, mas feliz.

O livro tem uma estrutura incomum: não há capítulos em si, apenas espaços em branco que separam passagens; a palavra FIM aparece após o Idílio, apenas após isso dá-se a conclusão da história.

Inconfesso Desejo

Foto: let's stay together de Paulo Franco

Queria ter coragem

Para falar deste segredo

Queria poder declarar ao mundo

Este amor

Não me falta vontade

Não me falta desejo

Você é minha vontade

Meu maior desejo

Queria poder gritar

Esta loucura saudável

Que é estar em teus braços

Perdido pelos teus beijos

Sentindo-me louco de desejo

Queria recitar versos

Cantar aos quatros ventos

As palavras que brotam

Você é a inspiração

Minha motivação

Queria falar dos sonhos

Dizer os meus secretos desejos

Que é largar tudo

Para viver com você

Este inconfesso desejo




quarta-feira, 16 de março de 2011

Gosto quando te calas















Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.

Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.

Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.

Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longinqüo e singelo.

Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.

Pablo Neruda

Felicidade Clandestina

Pois logo a mim, tão cheia de garras e sonhos, coubera arrancar de seu coração a flecha farpada. De chofre explicava-se para que eu nascera com mão dura, e para que eu nascera sem nojo da dor. Para que te servem essas unhas longas? Para te arranhar de morte e para arrancar os teus espinhos mortais, responde o lobo do homem. Para que te serve essa cruel boca de fome? Para te morder e para soprar a fim de que eu não te doa demais, meu amor, já que tenho que te doer, eu sou o lobo inevitável pois a vida me foi dada. Para que te servem essas mãos que ardem e prendem? Para ficarmos de mãos dadas, pois preciso tanto, tanto, tanto - uivaram os lobos e olharam intimidados as próprias garras antes de se aconchegarem um no outro para amar e dormir.

(Trecho do conto 'Os desastres de Sofia', in "Felicidade Clandestina)
Clarice Lispector

segunda-feira, 7 de março de 2011

Feliz Dia das Mulheres





Lindos e Fofos Cartões

http://www.cartooes.com/

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Incentivo

Os Espíritos ensinam que a evolução humana se dá sob o influxo de um conjunto de Leis morais.
Elas versam sobre os mais diversos setores e constituem um roteiro de felicidade.
O Espírito que logra segui-las evolui em linha reta para Deus.
Já o que se permite violá-las e se torna um rebelde enfrenta incontáveis percalços em sua caminhada.
Essas Leis contam com sofisticados processos para conduzir os seres humanos.
Possuem atrativos, a fim de orientar por onde se deve seguir.
Por exemplo, a Lei de conservação, que envolve os cuidados que se deve ter com o próprio corpo.
O gozo dos bens terrenos, como o comer e o beber, é propositadamente saboroso.
Evidentemente, há o uso regular e o abuso.
Deve-se buscar o equilíbrio, com o qual se assegura uma vida terrena longa e produtiva.
O mesmo ocorre com a Lei de reprodução.
Por força dela, os Espíritos têm oportunidade de renascer em novos corpos na Terra.
O magnetismo sexual e o prazer nele envolvido garantem que a procriação seja constante.
Do mesmo modo, ocorre com a Lei de sociedade.
Os homens devem conviver, a fim de aprenderem uns com os outros e se auxiliarem mutuamente.
Da convivência, gradualmente surgem importantes virtudes, como a tolerância e a fraternidade.
O homem é um ser social por natureza.
Ou seja, ele sente necessidade de conviver.
Precisa se sentir refletido no olhar alheio, deseja receber toques físicos e emocionais.
Trata-se de uma poderosa necessidade humana, que não deve ser desconsiderada.
Um erro comum que os pais cometem é só prestar atenção quando os filhos causam ou enfrentam problemas.
Como estes necessitam ser notados, podem, até de forma inconsciente, começar a se tornar complicados.
À míngua de toques positivos, ao procederem de modo estranho, asseguram ao menos os negativos.
Ocorre que não apenas as crianças desejam ser notadas.
Os adultos também precisam de cuidados.
É comum cuidar-se de quem vai mal, de quem tem graves problemas e sucumbe.
Enquanto isso, quem, embora com dificuldades, persevera no bom caminho recebe reduzida atenção.
Raros se lembram de elogiar o homem de vida reta.
Quem trabalha, estuda e cuida dos seus deveres torna-se um anônimo inconsiderado.
Entretanto, todos necessitam de uma palavra de incentivo, de um gesto de apreciação.
É válido e imprescindível cuidar de quem se equivoca, de quem cai perante os problemas do mundo.
Mas não dá para esquecer de incentivar o esforço sincero da pessoa equilibrada.
Os que vivem honestamente, os que não possuem vícios, os que são fiéis aos seus compromissos são o esteio da sociedade.
Convém reparar neles e incentivá-los a que persistam.
Afinal, todos necessitam receber algum reconhecimento.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Laços de afeto

Do poeta e escritor gaúcho Mário Quintana, encontramos uma preciosidade que fala sobre algo muito simples: um laço.

Escreveu ele: Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... Uma fita... Dando voltas.

Enrosca-se, mas não se embola. Vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.

É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.

É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.

E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando... Devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.

Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.

E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.

Ah, então, é assim o amor, a amizade.

Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.

Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.

Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.

E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.

E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.

Então o amor e a amizade são isso...

Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.

Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!

* * *

Tem toda razão o poeta em sua analogia. Amor e amizade são sentimentos altruístas.

Quem ama somente deseja o bem do ser amado. Por isso, não interfere em suas escolhas, em seus desejos.

Sugere, opina, mas deixa livre o outro para a tomada das próprias decisões.

Quem ama auxilia o amado a atingir seus objetivos. Nunca cobra o ofertado, nem exige nada em troca.

Quem ama não aprisiona o amado, não o algema ao seu lado. Ama e deixa o amado livre para estender suas asas.

Assim crescem os dois, pois há espaços para ambos conquistarem.

Na amizade, não se faz diferente o panorama. O verdadeiro amigo não deseja que o outro pense como ele próprio pois reconhece que os pensamentos são criações originais de cada um.

Entende que o amigo é uma bênção que lhe cabe cultivar e o auxilia a realizar a sua felicidade sem cogitar da sua própria.

Sente-se feliz com o bem daquele a quem devota amizade. Entende que cada criatura humana é um ser inteligente em transformação e que, por vezes, poderão ocorrer mudanças na forma de pensar, de agir do outro.

Mudanças que nem sempre estarão na mesma direção das suas próprias escolhas.

O amigo enxerga defeitos no coração do outro, mas sabe amá-lo e entendê-lo mesmo assim.

E, se ventos diversos se apresentam, criando distâncias entre ambos, jamais buscará desacreditar ou desmoralizar aquele amigo.

Tudo isso, porque a ventura real da amizade é o bem dos entes queridos.

Um laço que ata... Um laço que se desata..

Aqueles a quem oferecemos o coração, poderão se distanciar, buscar outros caminhos, atravessar outras fronteiras.

Eles têm o direito de assim proceder, se o desejarem. De nossa parte, lembremos da leveza do laço e cuidemos para que não se transforme em nó, que prende e retém.

Redação do Momento Espírita, com base em versos do poeta Mário Quintana e no cap. 12, do livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Cec.
foto:casadocaminhopromissao.blogspot.com
 

A Lei de Cooperação

A Espiritualidade Superior ensina que o isolamento é contrário à natureza humana.


Segundo ela, o homem é instintivamente gregário por motivos providenciais.

Ele precisa progredir e o progresso é sempre fruto da colaboração de muitos.

Em regra, o homem busca a vida em sociedade por razões pessoais.

Ocorre que as criaturas possuem diferentes habilidades e caracteres.

Mediante o convívio, elas se aproveitam dos talentos recíprocos e aprendem umas com as outras.

Justamente por isso, a força de uma sociedade advém da diversidade de seus integrantes.

Quando a diversidade é valorizada, tem-se um organismo social dinâmico e eficiente.

Ao contrário, toda tentativa de uniformização, com intolerância ao diferente, implica enfraquecimento.

Pode-se entender que vigora no âmbito humano uma Lei geral de Cooperação.

Ela se apresenta nos mais variados contextos, dos triviais aos sublimes.

Por exemplo, Jesus encarnou na Terra para ensinar e exemplificar a vivência do bem, na conformidade dos desígnios Divinos.

Dotado de extremas sabedoria e pureza, ainda assim buscou companheiros para auxiliá-lO na tarefa.

Escolheu doze Apóstolos, aos quais ministrou os mais variados ensinamentos.

Orientou-os, burilou-os e amparou-os para que no tempo devido sustentassem a vivência do Evangelho no mundo.

Os Apóstolos eram diferentes entre si.

Havia os reflexivos, os exaltados, os emotivos e os práticos.

Jesus a nenhum desprezou. Antes, soube aproveitar suas diferentes habilidades para o sucesso da empreitada evangélica.

Certamente, ao assim agir, o Mestre Divino sinalizou a importância da cooperação e da tolerância.

Dotado de poderes magnéticos desconhecidos e de extraordinária sabedoria, nem por isso quis fazer tudo sozinho.

Soube dividir o peso da tarefa com homens rudes e que não O compreendiam bem.

Esse eloquente exemplo demanda detida reflexão.

A vida em sociedade nem sempre é fácil.

Entre pessoas de visões e habilidades diversas, por vezes surgem discussões e desentendimentos.

Ocorre que o bem pujante nunca é obra de um homem só.

Toda realização de importância é sempre fruto do esforço de incontáveis envolvidos.

Apenas é preciso ser tolerante para conviver com o diferente.

A fim de que o melhor resultado surja, importa aprender a admirar opiniões divergentes.

Não apenas tolerá-las, mas valorizá-las, no que apresentem de positivo.

Sem dúvida, é possível agir sozinho na luta por um ideal.

Ocorre que, quando várias mãos se juntam, o bem se multiplica e expande.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

Em 10.02.2011.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

BONS AMIGOS


Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis

Da Felicidade...


Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Fernando Pessoa